quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Crônica II - Ônibus em dia de chuva

Eis que cá estou eu, querido leitor, publicando mais uma de minhas aventuras no ônibus. Desta vez em um dia de chuva. Como sempre, após descer uma enorme ladeira após o trabalho, eu estava na estação de ônibus morto de cansaço, eu tinha comprado uns salgadinhos numa barraquinha e vim comendo até chegar na estação. Essa vez estava pior que a vez passada, tinha gente molhada, suada, fedida, feia e com aspiração a coisas ruins como marginalidade e mendicância. Só que dessa vez foi engraçado, deixe-me contar o porquê.
Eu estava parado com a minha cara séria, olhando para o horizonte da selva de pedra, quando duas senhoras passam correndo para pegar o ônibus, uma gritou para a outra que estava mais a frente: " Me espere Beyoncé. " - Juro que tive a maior vontade de rir, me peguei iniciando uma gargalhada mas logo usei um bocejo como disfarce para não pagar o mico. Eu cheguei a imaginar a senhora dançando Single Ladies, ela era baixinha e gordinha. Imagina um ser assim dançando Single Ladies? Enfim, a graça finalmente acabou e eu já estava pronto para continuar esperando. Só que essa vez o ônibus não demorou a chegar e eu logo peguei. Não estava muito cheio... Ainda! Eu pensei que ia ter um lugar para me sentar, mas foi pura inocência da minha parte. A viagem foi calma e tranqüila, só que do nada eu comecei a ouvir Take It Off da Kesha, eu olhei para uma lado, não havia ninguém com som, olhei para o outro e ainda assim não havia ninguém com som. Percebi que a música tocava na minha mente e entrei em pânico oculto. Mas o pior ainda estava por vir, eu ache um lugar para me sentar e assim que eu sentei entra um travesti no ônibus, eu morro de medo dos travecos, e ele senta logo do meu lado. Eu fiquei gelado e tremendo de medo, com o olhar fixo na janela. Nunca passei por tal sufoco em minha vida, não que eu seja homofóbico, mas é que realmente eu acho travesti um bicho estranho. Isso é armadilha de Satanás !!
Mas logo o travecão foi embora e eu pude me acalmar, o ônibus estava lotado. Mas e daí? Eu estava sentado no meu local, muito confortável e nada poderia me atrapalhar. A não ser uma senhora que tinha entrado no ônibus e eu como um garoto cortez e gentil ofereci meu lugar para a pobre moça. Erro cruel. Quando eu levantei o miserável do motorista deu um freio no ônibus o qual eu consegui atravessar uma barreira do tempo e espaço e fui arremessado para frente como uma pedra sendo arremessada de um estilingue. Mas sorte que não fui só eu quem foi arremessado, o resto do ônibus veio comigo nessa aventura de estilingue humano. Aposto que pessoas voaram pela janela. Meu ponto chegou, e eu desci.


Espero que tenham gostado dessa pequena continuação da crônica anterior, como hoje choveu resolvi escrever sobre minha volta para casa. Mas na próxima vou tentar inovar o tema.

Beijos.

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